Atuando com vigor na destruição de velhas formas ou na reconstrução das mais novas, o fogo, desde os princípios dos tempos, acha-se presente no Cosmo. A verdade é que o fogo foi sempre considerado símbolo da Vida Divina, muito vivo, dinâmico, poderoso e invencível, tanto que a Antiguidade o reverenciou, figurado no Sol, como o mais categorizado e completo de todos os símbolos conhecidos. Por isso também o Antigo e o Novo Testamento freqüentes vezes o descreveram como o rútilo emblema de Deus, do Cristo ou do Espírito Santo. O fogo figura o elemento ígneo da criação universal, de que o Sol é o protótipo. Que seria do universo se o Sol, de repente, se apagasse? ou se o homem permanecesse sepultado num definitivo ocaso?

Tal é, em essência, a mensagem deste livro, talvez único no gênero. Ao longo de sua leitura, o leitor irá dar-se conta de um preciso encadeamento de conceitos de religião, filosofia, ciência, arte, psicologia, política, educação e reformas sociais, entre outros. Ao chegar à última página, terá uma visão panorâmica muito mais rica e esperançosa do mundo futuro que já desponta à frente. Tal visão será algo de uma grande imagem apocalíptica desvestida de alegorias e símbolos. Verá surgir a Nova Jerusalém, sonhada pelo imortal Vidente de Samos, diante de cujo esplendor tomba a antiga Babilônia. Em linguagem contemporânea, é o surgimento de uma nova era, na qual se erguerá a nova civilização, mais gloriosa e fraternal, ao passo que a velha irá esboroar-se até a extinção final. E então "haverá um novo céu e uma nova terra".

A mensagem de O Fogo Criador parece estar cifrada como se fora uma comunicação de sonho. Todavia, ela é muito mais do que um sonho: é a visão da poderosa lei cíclica que, de modo oculto, impulsiona a evolução histórica e espiritual dos povos.